Especialistas africanos defendem reformas, mobilização de recursos e parcerias para impulsionar transformação económica

Economistas e líderes de desenvolvimento africanos apelaram a reformas governamentais abrangentes, maior mobilização de recursos internos e parcerias inovadoras para acelerar a transformação económica nos Estados em transição do continente.

O apelo foi feito durante o Diálogo Político de Alto Nível, organizado pelo Instituto Africano de Desenvolvimento (IAD) do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), na 66.ª Conferência Anual da Sociedade Económica Nigeriana (NES) em Abuja. O tema do encontro foi: “Impulsionar a transformação económica de África nos Estados em transição: o papel do desenvolvimento de capacidades e da gestão do conhecimento”.

Segundo os especialistas, os Estados em transição africanos enfrentam desafios políticos, económicos, de segurança e ambientais, com impacto direto sobre mais de 250 milhões de cidadãos, incluindo 44 milhões de deslocados forçados até meados de 2024. Estes países necessitam de 210 mil milhões de dólares anuais, mas enfrentam um défice de 188 mil milhões de dólares em financiamento.

Entre as recomendações destacam-se:

• Reforço da governação e liderança visionária;

• Resolução de conflitos e combate à corrupção;

• Aproveitamento de fluxos financeiros legais, como remessas e financiamento climático;

• Fortalecimento da capacidade institucional e desenvolvimento de estratégias locais adaptadas;

• Estabelecimento de parcerias público-privadas para desbloquear novos recursos e financiar projetos de desenvolvimento.

Especialistas do BAD, incluindo Abdul Kamara, Eric Ogunleye e Emmanuel Owusu-Sekyere, enfatizaram a importância de investir em capacitação e gestão do conhecimento, destacando que o crescimento inclusivo deve focar na criação de emprego, capacitação de jovens e mulheres e redução de estrangulamentos estruturais.

O diálogo concluiu que a transformação económica nos Estados em transição dependerá de governação forte, estratégias de desenvolvimento coerentes, financiamento sustentável e parcerias robustas, com enfoque no desenvolvimento de capacidades para tornar África mais resiliente e capaz de evoluir da fragilidade para a transformação.