Diáspora moçambicana denuncia exclusão do diálogo nacional inclusivo
O Movimento de Sociedade Civil dos Moçambicanos na Diáspora expressou indignação face à exclusão dos cidadãos moçambicanos residentes no estrangeiro no atual processo de Diálogo Nacional Inclusivo.
Num comunicado dirigido à ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Maria Manuela Lucas, os representantes da diáspora lamentam que milhões de moçambicanos espalhados pelo mundo não tenham tido qualquer representação ou contacto prévio para participar do diálogo. Segundo os signatários, esta exclusão aprofundaria a distância entre o Estado e os cidadãos no exterior, fragilizando os esforços de reconciliação e unidade nacional.
O documento alerta que, ao ignorar a diáspora, o diálogo perde credibilidade e legitimidade, deixando de ser verdadeiramente inclusivo. Entre as principais exigências destacam-se:
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Reconhecimento formal da diáspora como actor legítimo e indispensável no diálogo nacional;
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Criação de mecanismos permanentes de consulta e participação dos moçambicanos no exterior;
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Estabelecimento de canais estruturados de comunicação contínua entre o Governo e representantes da diáspora.
Os representantes lembram que outros países africanos já reconhecem seus cidadãos no exterior como motores estratégicos de desenvolvimento, alertando que tratá-los como meros espectadores seria um erro estratégico.
O comunicado, datado de 15 de Setembro de 2025, foi igualmente remetido ao Director-Geral do INACE, Armando Pedro Júnior, à secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Moçambicanas no Exterior, Maria da Fátima Simão, e ao deputado Cláudio Tamele, representante para a Europa e Resto do Mundo.